Corredor

Saí para o corredor e fiquei a pensar onde é que devia ir a seguir. Tinha chegado ali e não fazia a mínima ideia de onde é que era o quê. Não que isso fosse um problema, eu podia ir à procura.

Virei-me para olhar para a rapariga e sorri-lhe quando a vi.
- Olá - disse coçando a nuca.

- Sinceramente não sei onde fica nada. Mas se encontrei os dormitórios acho que também consigo encontrar a sala de ensaios. Se quiseres ajuda a encontrar claro - acrescentei logo meio atrapalhado.

Dei-lhe o meu melhor sorriso, mas achei que estava a fazer figura de parvo, ali a sorrir todo totó e acabei a olhar para o chão.
Caminhei pelo corredor, espreitando pelas portas para ver se alguma delas era a sala de ensaios que procurávamos. Algumas estavam fechadas e eu calculei que fossem quartos individuais.
- Como é que te chamas? - perguntei, voltando a olhar para ela, mas desta vez sem sorrir que nem um tolinho.

- Heath... Sandler - disse normalmente, acrescentando depois o apelido.
Passámos uma data de portas fechadas e encostadas e começámos a ver algumas já abertas.

Ela tinha um ar daqueles adoráveis, era uma daquelas raparigas que ninguém conseguia deixar de olhar, porque parecia interessante sem sequer se esforçar. Não exageradamente interessante, assim tipo moderadamente interessante. Ok, seu eu tivesse dito isto tudo em voz alta ela tinha fugido, pensei.
- Também estou em interpretação - disse encarando o caminho, para não parecer que estava atrapalhado.

- Sim - disse olhando para ela.
Parecia envergonhada ou embaraçada. Será que eu tinha feito alguma coisa que a tinha deixado assim?! Se calhar ela tinha achado o meu sorriso demasiado entusiasmado e agora queria fugir dali.
- Hum, estás bem?

- Gosto do teu nome - disse, como se o avaliasse. - É incomum... Jaymelin - disse, calando-me de repente.
As minhas tentativas de fazer conversa de ocasião davam nisto.

- Acho - confessei com um meio sorriso.
De repente vi a sala, ou pelo menos parecia-me a sala...
- hum, acho que é aqui - disse parando de caminhar.

Segurei na porta e esperei que entrasse. Lembrei-me de perguntar:
- Posso entrar contigo?

- Se preferires ficar sozinha eu posso ir - disse, apontando para o corredor novamente, encostado à ombreira da porta, segurando a mesma com o pé.

Sorri quando disse que podia ir e fiz-lhe sinal para que entrasse enquanto agarrava a porta.