Interior da Igreja

- Lá bem ele, estás a ver! Nada do que eu faço apra ele está bem! - Fiz-me de vitima porbrezinha. - A sério, não tens vergonha de estragar a felicidade da tua irmã?

- O que é que...? Eu... - Não sabia como reagir àquela conversa toda. Não conseguia duvidar do meu amor, mas também não conseguia duvidar do meu irmão.

- É que o Zanezinho (sim porque Zanezão seria uma hipérbole para o que ele tem no meio das pernas) nunca se contentou com uma só!
Abanava os braços de forma dramática, à medida que falava.

Não, aquela era baixa de mais! A falar mal do meu super-penis?
- Palhaço, parece que queres que te vá ao cu, para veres se não será antes um eufenismo! - Fechei o punho com força.

*Olhei do Jared para o Zane completamente confusa. Não sabia em quem acreditar, Já nem sequer sabia no que acreditar quanto mais. Ele tinha-me traído? Ele teria mesmo... E o meu irmão sabia? Deixei escorrer lágrimas pela cara esperando que o meu Zane me dissesse que era tudo uma enorme mentira. Tinha de ser mentira!*

- Isto cá atrás é sentido único!
Olha agora, eu é que era o homossexual?!
- O Zane fez o que não devia ter feito, ou, por palavras bastante directas e explicitas Aleena, ele andou a comer outra! A parte boa é que afinal não é homossexual, como eu pensava.

Contive-me para não me dar ali um daqueles ataques de riso que espantava até os mais irrequietos e respirei fundo, ouvindo toda aquela conversa do safadinho do Zane.
-Pelo menos isso - falei, levando uma boca e outra à barriga quando ouvi o suposto Jared falar que ele não era homossexual como ele pensava - é que a igreja não está permitida a casar homossexuais… mas pervertidos e infiéis nós fazemos um jeitinho! - afirmei com um sorriso zombeteiro no rosto, mais vale um sorriso calmo que uma forte gargalhada.

*Comecei a chorar em silêncio afastando-me ligeiramente do Zane mas. Não conseguia acreditar.*



- Não vai ter de casar ninguém infiel hoje, a não ser que apareça outro como ele. - Falei normalmente para o padre e depois para o Zane. - Tu... Traiste me? Eu... Como é que...? Mentiste-me este tempo todo? Tu... Diz-me que é mentira, por favor... - Solucei fungando ainda a chorar.

- Eu nunca te traí, nunca! - Disse sentindo-me a despedaçar por dentro e com vomntade de atirar com um santo à cabeça daquele padre nãda santinho! - Se eu tive alguma coisa com algém, foi antes de nós namorarmos a sério, depois disso nunca mais tive nada, juro-te.

- Mentiste-me. Fingiste que me amavas e... Tu nunca me amaste, nem à primeira vista, nem... O meu irmão tinha razão em relação a ti. - Limpei as lágrimas mas voltaram a cair mais tal era aminha dor. Sentia-me desfeita. - Eu confiei em ti este tempo todo e tu... Três anos da minha vida a fingir que era amada quando na verdade... Tu sabias o que sentia por ti e... - Enrrompi a soluçar e olhei para o chão. Não o conseguia olhar, era ainda mais doloroso.

eu queria abraça-la, reconforta-la... Como ela podia pensar que tudo tinha sido uma mentira, depois de todos os sacrificios que fiz para a manter feliz e a respeitar.
Como ela não acreditava nos meus sentimentos?
- Eu nunca te menti, nunca! Sim, não foi à primeira vista, mas não estou aqui? Estou! - Disse meio revoltado com tudo aquilo. - Tu sabes como eu era, Aleena, achas que iria perder três anos da minha vida sem sexo se não te amasse de verdade?
Ok, eu podia usar as mãos de vez enquando para me satisfazer, mas isso não era a mesma coisa!

- Como é que eu não sei se andaste a fazer com outra? Como é que queres que acredite em ti depois de ter descoberto o que me fizeste? Se calhar não chegaste a mudar. Se calhar... - Voltei a limpar as lágrimas mas em vão. Não conseguia parar de chorar. - Tu sabes que odeio mentiras, sempre soubeste...

Voltei a inspirar fundo, abatido, não conseguia suportar mais aquilo.
- Se não acreditas em mim hoje, talvez nunca vás memso acreditar em como eu mudei por ti. - Levantei-me daquela cpoisa para nos casarem. - Se é assim que preferes, eu vou-me embora.

- Eu acreditava em ti, até mais que no meu próprio irmão. Tu é que estragaste tudo, Zane. - Não conseguia viver sem ele mas também não conseguia aguentar a verdade. O meu mundo tinha desabado por completo.

Ok, aquilo custava. Custava mesmo... Por momentos, quase me arrependi do que disse, ao ver a minha irmã ficar um caco. Mas é óbvio que ela merecia saber aquilo, eu nunca tinha ido à bola com tipos daqueles! Ainda que eu não seja um bom exemplo. Mas enfim... quem não sabe ser namorado não o é! Quem não sabe ter uma relação, não tem! É por isso que me mantenho longe desse tipo de coisas...
Permaneci no banquinho, em silêncio.

Eu arranquei a gravata do pescoço com furia e atirei-a apra o chão.
- Porra, eu nunca traí a tua confiança! - O meu rosto estava a ficar completamente vermelho. - Aquilo foi antes de nós termos alguma coisa séria, se essa é realmente a tua opinião sobre mim, então não tenho mais nada aqui a fazer.

- Para mim foi sempre sério, caso ianda não tenhas percebido. Quem vai embora sou eu! - Tirei o anel de noivado do dedo e mandei-lho, batendo no tronco dele e indo para ao chão. Aproximei-me do Jared enquanto caminhava para a saída da igreja.

Engoli em seco e disse baixinho, por entre dentes.
- Desculpa.

Não tive reacção, apenas deixa-la ir com aquele traste que tinha estragado tudo.

- E não venham atrás de mim. - Falei para os dois ainda bastante magoada, saindo dali em seguida a correr sem para de chorar.



Encerrado

Eu não ia atrás dela! O meu jeito para consolar era pior que o jeito do Zane para relacionamentos.
- Se calhar vou beber um wisky ou um copinho de vodka.
Olhei para a porta, ainda meio petrificado. Esperei que o Zane me tentasse desfazer, isso ia tornar a minha noite bem divertida.

Eu podia muito bem ter pregado um soco aquele tipo, mas em vez disso, abaixei-me para pegar no anel e guardei-o no bolso. Depois olhei para o padre.
- Bem, parece que hoje já não vai ter de fazer nenhum esforçom para enforcar-me. - Disse pois notava-se nele aquela expressão de que nem por sombras se casaria, aquele devia de ser do tipo de padres que fazia as fereiras se ajoelharem para "rezar". Só depois é que olhei para o Jared. - Quanto a ti, parabéns, conseguiste o que querias. - Dei-lhe um olhar de despreço e caminhei para a entrada da igreja, inspirando uma última vez e saindo dali.

Encerrado

Encolhi os ombros, eu queria? Ele tinha merecido! Era como eu dizia... Quem não tem jeito para isto que não se meta numa destas!
- Cá vou eu... Hasta la vista! - disse lá ao fofo do padre e saí.

Spoiler: