Dianna May e Alessandra Ambrosio

- Não Harry, não percebes? Isto vai estragar a minha vida, não a tua. Sou eu que vou ter de desistir da escola. Sou eu que vou ter que abdicar da minha vida. Tu vais continuar a sair com os teus amigos e a dar concertos com a tua bandazeca. É a mim que me vai calhar tudo! - sentia que o meu tom de voz estava a aumentar consideravelmente, mas não conseguia evitar.

- Não, não vai. E não fales assim da banda, ok? Eles não te fizeram nada para os trazeres para a conversa. - Agarrei-lhe só na mão. - Se pensas que te vou deixar sozinha a tratar de uma criança estás muito enganada, Há quem tenha bandas e tenha sempre tempo para a família. - Bem, ter a banda não facilitava, mas não conseguia abdicar dela.

- Isso é o que tu dizes agora. Mas depois chegam os concertos, as festas, as miudas... Muda tudo. Ves a vida que podias ter e não tens e arrependes-te de ter feito esta escolha! - escondi a cara com as mãos.

- Primeiro não há nem vai haver mais míudas e segundo nunca me vou arrepender de estar contigo seja em que circunstância. - Tirei-lhe devagar as mãos da cara fazendo-a olhar-me de novo. - Eu amo-te e tu sabes.

- Sim, e quando eu estiver inchada, gorda e feia... Também me vais amar, de certeza! - disse, em tom irónico.

- Claro que vou. Eu não te amo só por seres linda por fora mas por também seres por dentro. Eu amo-te porque és especial. - Tentei tranquilizá-la.

- Mas eu não vou ter um filho agora Harry. Eu tenho 18 anos, 18! - engoli em seco.

- Não o podes tirar, é uma criança Di. Não digo isto por ser só nossa mas também por... Caramba, a criança não tem culpa de não termos tido cuidado.

- Eu não quero que tires e sou o pai, logo devias ao menos pensar em respeitar a minha opinião.

- E porque não respeitas tu a minha? Porque é que não percebes? Isto vai estragar a minha vida! - levantei-me da cama e comecei às voltas no quarto.

- Eu entendo que não queiras a criança mas... Não podes... - Suspirei se saber como agir.

- Posso. Posso e vou fazê-lo! Está decidido! - parei e olhei-o. Eu compreendia o lado dele, mas para mim, isto era tudo dificil. Ia mudar muita coisa!

- Eu não vou deixar.

- O que eu quero não conta, pelo que já vi. - Fui até há janela agora irritado.

- Harry, olha para mim... - fui até ele e agarrei o seu braço - Harry... Tu, tens 26 anos. Eu tenho 18. Lembras-te quando tinhas 18 anos? Agumas vez na tua vida pensarias ter um filho aos 18 anos?

*Respirei fundo e olhei-a.*



- Não, mas se tivesse sido pai aos dezoito não ia deixar a criança.

- Agora não quero entender nada. Tu... Queres matar uma criança nossa.

- Isto ainda nem nasceu, nem sequer deve ser do tamanho da minha mão... - levei as mãos à cabeça. A minha decisão estava tomada, dissesse ele o que dissesse.

- Depois falamos disto, ainda te vou convencer amudar de ideias.

*Desisti, pelo menos por agora.*

- Eu sou persuasivo, Di. Preciso de apanhar ar, desculpa. Isto tudo... Já volto. - Beijei-a e sai.



Encerrado

- Harry, onde é que vais? Harry? - fui atrás dele até à porta, mas acabei por desistir. Não, ele não me faria mudar de ideias.

Sentei-me na cama e comecei a chorar. Não queria um filho, mas também não queria perder Harry.

Sai do quarto, sem ter a certeza do que fazer.

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